terça-feira, 21 de junho de 2011

os cabelos soltos dançando ao redor da cintura de contornos frágeis, os pés em ponta no piso frio do banheiro apertado.  as primeiras gotas, ainda indecisas de sua temperatura, caem sobre as costas alvas e nuas, arrepiadas pelo frio cortante do lugar; os olhos fechados e a face para o alto, como em algum apelo divino. as gotas caem, confudem-se com lágrimas correndo pelo rosto e corpo; caem, cálidas, memórias líquidas envolvendo seus contornos sutis; trágicas ilusões, caem e deslizam, entram na boca em sorriso, que as bebe veemente, como que ânsia de uma fusão qualquer;  doces reminiscências, vis, queridas memórias, frutos de um desvario qualquer; doces... engolidas pelo ralo

Nenhum comentário:

Postar um comentário